O dia do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) está chegando. Com a aproximação da prova, que acontece nos dias 3 e 10 de novembro, muitos alunos ainda se perguntam se estão no caminho certo e se ainda dá tempo de conquistar uma boa nota no exame.
O Terra procurou especialistas para conseguir algumas dicas sobre o que fazer e o que estudar nesta etapa final. A resposta é unânime: agora não é o momento de fraquejar.
“É muito importante que o aluno continue seguindo a preparação dele. Mantém a rotina, quantidade de horas de estudo, as aulas que ele está acompanhando”, destaca Pedro Oscar Lorencini, coordenador pedagógico do Poliedro Curso.
De acordo com o coordenador de Segmento do Ensino Médio, 3ª série e Medicina do Colégio Pensi, Erick Nery Daniel, este é o momento ideal para revisar os conteúdos que você já aprendeu e intensificar a prática de exercícios. A ideia é garantir o melhor desempenho na hora da prova.
Você pode adotar algumas estratégias, como a seguir:
Faça uma revisão de forma estratégica
Identifique onde há lacunas de conhecimento e analise de forma mais crítica os resultados dos simulados e exercícios para entender onde está a sua maior dificuldade. O estudante também deve levar em consideração as áreas com mais potencial de crescimento para a nota TRI — as máximas históricas de cada área e os pesos das áreas de conhecimento, que variam conforme o curso e a instituição de ensino superior escolhida.
Foque nos conteúdos mais recorrentes
Outra dica, de acordo com Nery, é se concentrar nos conteúdos que aparecem com mais frequência nas provas. Para ajudar na tarefa, crie um “caderno de erros” e anote quais têm sido seus erros mais comuns, visitando-o periodicamente para ter noção de onde precisa melhorar.
“Essa prática ajuda a tornar a revisão mais eficiente e focada”, orienta.
Lorencini complementa: “É importante também, nesse período, começar a fazer provas de anos anteriores, então, vai pegar provas do Enem que foram aplicadas nos últimos anos e começar, de fato, a realizar essa prova para simular como será no dia desse vestibular”.
O que evitar
Além do que fazer a um mês das provas do Enem, os professores ouvidos pelo Terra orientam também quanto ao que evitar nesse período. A comparação com os colegas é o primeiro alerta.
“Evite se comparar com colegas, com pessoas que estão realizando também essa preparação. Ele tem que comparar, se é esse o ponto, com como ele estava nos últimos meses, nos últimos anos”, destaca Lorencini.
Outra dica dada pelo professor é evitar focar apenas nas matérias que você tem dificuldade.
“Viu que está muito difícil hoje em Exatas, vai dar um foco muito grande nas Exatas, mas esquece de Natureza, esquece de Humanas. E aí essa falta de preparação, mesmo para aquela matéria que você achava que tinha facilidade, pode depois acabar sendo seu calcanhar de Aquiles e te deixar de fora de uma boa oportunidade de ingresso na universidade”, orienta.
A saúde também precisa ser considerada. Os especialistas orientam aos candidatos que não negligenciem a saúde mental e física por causa dos estudos.
“Extremamente importante cuidar do descanso e da alimentação. Procure descansar oito horas todos os dias e, na véspera da prova, tente dormir um pouco mais cedo. Evite sair e ingerir bebida alcoólica, e a alimentação tem que ser mais equilibrada”, explica Lorencini.
Como se preparar para a redação?
Para a tão temida redação, a dica principal é não esquecer das das especificidades dessa prova, que são: a proposta de intervenção e o repertório sociocultural. Segundo o professor Igor Costa, que dá aulas de Língua Portuguesa e Redação no Colégio Evangélico Alberto Torres (CEAT), é importante que o aluno se lembre de que cinco elementos devem ser articulados entre si: a ação, o agente, o meio/modo, a finalidade e o detalhamento de um desses elementos.
“É muito comum, porém, que o aluno mais desatento deixe um desses itens de fora, sobretudo o detalhamento e o meio/modo, o que torna inviável uma pontuação máxima na Competência V. A minha dica, portanto, é para o aluno conferir com calma a presença desses elementos antes de passar o rascunho para o texto final”, explica Costa.
Ele afirma que outro erro comum entre os candidatos é a apresentação de agentes vagos, difusos, que não são propriamente agentes e que aparecem em estruturas como: “devemos fazer tal coisa” ou “a sociedade deve” e semelhantes.
“O aluno deve se lembrar de que os agentes são atores sociais reais: pessoas, instituições, órgãos governamentais específicos, etc. Dizendo de outro modo, devem ser atores que têm impacto real no mundo, que podem fazer algo e, com isso, mudar a realidade física e social do Brasil e que poderiam, pelo menos teoricamente, serem cobrados por isso”, destaca.
Para o professor de redação Evertton Alves Galeão Siliprandy, do Colégio Hélio Alonso, o candidato também deve manter uma linguagem clara no texto, o que não significa “escrever difícil”, mas conseguir falar sobre o assunto de forma completa.
“Para isso, aconselho usar as ideias de alguns pensadores, bem como fazer relações entre a atualidade e algum fato histórico”, destaca.
“A dica que eu dou é começar sempre pela redação, pois demanda criatividade e concentração maiores. O tempo sugerido é de, no máximo, uma hora e meia só para redação. Quanto aos rascunhos, o candidato precisa planejar o texto. Isto é, selecionar dois pontos relacionados ao tema e desenvolver em cada parágrafo de desenvolvimento”, pontua.
O que esperar do tema da redação do Enem?
Siliprandy admite que o tema da redação do Enem é sempre uma surpresa, mas lembra que sempre é cobrado algum aspecto social da atualidade brasileira.
“Sempre digo aos meus alunos ficarem atentos aos assuntos do País. Nesse ano, temos acompanhado a crise climática e suas consequências. Então, acho interessante pensar em como uma parte mais vulnerável da população tem sofrido nesses casos”, diz.