Bandeira iraniana diante da Central Nuclear de Bushehr, no Irã — Foto: ATTA KENARE / AFP

O Irã afirmou que dará uma resposta “implacável” ao bombardeio israelense ocorrido na madrugada do último sábado (noite de sexta-feira em Brasília) contra suas instalações militares, e que Israel “se arrependerá” desse ataque, informaram os meios de comunicação iranianos na quinta-feira. O Estado judeu, por sua vez, está em “alto nível de prontidão” para a possível ofensiva iraniana. Um fonte militar israelense relatou a informação à rede americana CNN, acrescentando que Teerã teve suas capacidades de ataque e defesa prejudicadas. A mesma fonte disse que Israel ainda avalia “o processo de tomada de decisão no Irã” para determinar se e quando ocorrerá uma retaliação.

— A recente ação do regime sionista, que atacou partes do nosso país, foi um ato desesperado, e a República Islâmica do Irã responderá de maneira implacável, de forma que fará Israel se arrepender — disse Mohammad Mohammadi Golpayegani, chefe do gabinete do líder supremo do Irã, o aiatolá Ali Khamenei.

O alto conselheiro elogiou a defesa antiaérea iraniana por ter “impedido a entrada de aviões de combate do regime sionista no território” e assegurou que os danos causados pelo bombardeio foram “mínimos”. Segundo a imprensa israelense, mais de 100 aeronaves foram usadas no ataque, que teve duas ondas. Foi a primeira vez desde a Guerra Irã-Iraque, entre 1980 e 1988, que uma força aérea estrangeira bombardeou o território iraniano.

Exército admite a ofensiva

Naquele dia, o Exército israelense admitiu publicamente pela primeira vez ter atacado alvos militares em território iraniano. Tal operação se apresentou como retaliação aos disparos de cerca de 200 mísseis do Irã contra Israel no dia 1º de outubro. Teerã, por sua vez, disse que sua ofensiva já era uma retaliação pelos assassinatos do líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah, do líder político do Hamas, Ismail Haniyeh, e de um comandante iraniano.

Israel declarou que seus bombardeios foram direcionados principalmente contra instalações de fabricação de mísseis iranianos. Teerã, por outro lado, minimizou a gravidade dos danos. O Exército iraniano relatou a morte de quatro militares e danos nos sistemas de radar no ataque, que a imprensa local classificou como “fraco”. A mídia local também relatou a morte de um civil.

Após os bombardeios de 26 de outubro, Israel advertiu o Irã que responderia a qualquer represália. O Irã, por sua vez, que declara não buscar a guerra, prometeu responder. O general Hosein Salami, chefe da Guarda Revolucionária, a milícia ideológica da República Islâmica, alertou igualmente Israel, na quinta-feira, sobre uma resposta “inimaginável”. Citado pela agência de notícias Tasnim, ele afirmou que o Estado judeu “chegou ao nível de colapso e agora age às cegas, sem respeitar nenhuma regra, cometendo todo o tipo de crime”. (Com AFP)

O Globo

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