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Há 79 anos, no dia 6 de agosto de 1945 , os Estados Unidos lançavam a bomba atômica na cidade de Hiroshima, no Japão. A intenção do ato era forçar o país a se render e dar um fim mais rápido na Segunda Guerra Mundial. A explosão gerou uma destruição que matou, de forma instantânea, cerca de 80 mil pessoas.

Os que sobreviveram, mas estavam num raio de 10 km da bomba, tiveram ferimentos, queimaduras gravíssimas ou ficaram mutilados.

Há pouco mais de 10 km de Hiroshima, uma criança de 6 anos estava brincando de esconde-esconde com os amigos quando presenciou o tamanho da destruição que devastou o Japão. Hiromi Kubo sobreviveu, imigrou para o Brasil e hoje aos 85 anos vivendo no interior de Pernambuco, ainda tem bem guardado na memória a cena que viu em cima de um primeiro andar.

Hiroshima: lembranças

“Eu tenho a lembrança de quando pequeno, com 6 anos ainda, estar brincando com um vizinho de esconder. Eu subi no primeiro andar e olhando a janela, olhei em direção a Hiroshima. Aí eu vi aquela explosão de raio…. Daqui a pouco, saiu o grande cogumelo. Eu era criança, não sabia de nada”

Com a explosão da bomba, Hiromi acabou perdendo uma prima, que na época tinha 18 anos. Na época da guerra, todos os estudantes da faculdade produziam algo para contribuir para o exército. Essa prima que morreu na explosão estava trabalhando em Hiroshima. “Nem apareceu o corpo dela”.

Na época, a irmã de Hiromi e a prima, ambas com a mesma idade, trabalhavam prestando serviços as forças armadas japonesas. No dia da explosão, a irmã de Kubo deveria estar de serviço, mas trocou os horários com a prima, e acabou se livrando de morrer no ataque.

Em entrevista a TV Asa Branca, quando perguntado sobre o cenário e o desespero das pessoas, Hiromi disse que não lembrava exatamente, mas que, perto do local onde morava havia uma escola primária onde feridos eram levados para receber cuidados.

Ainda assim, apesar da destruição em massa, não era a primeira vez que o menino via a crueldade humana. Durante a Segunda Guerra Mundial, um mês antes da destruição, a família de Kubo ficou desabrigada depois que parte da cidade natal onde ele vivia, Kure, um dos principais estaleiros da Marinha Imperial Japonesa, foi bombardeada pela força aérea norte-americana.

O recomeço no Brasil

Aos 14 anos de idade, com um Japão devastado, Hiromi foi um dos imigrantes que veio para o Brasil, numa viagem de navio que durou dois meses. Nesse meio tempo, ele passou por outros países da América do Sul até aportar no país. Inicialmente, ele trabalhou em São Paulo, onde ficou dez anos.

Primeiro, o jovem japonês que veio sozinho para um país estrangeiro, trabalhou na agricultura por quatro anos. Depois, foram dois anos na maior cooperativa sul-americana. Antes de vir para o Nordeste, ainda passou mais oito anos trabalhando como agrotécnico.

Mudança

Com a expertise no ramo da agricultura, Hiromi teve a sacada de se mudar para o Nordeste e plantar para ele mesmo. Inicialmente, ele queria empreender. Ao fazer uma pesquisa de mercado, descobriu que as flores que eram vendidas em Pernambuco vinham de São Paulo e chegavam de avião.

“Eu pesquisei em sete floriculturas e perguntei aos donos: ‘Eu tô pensando em vender flores, vocês compram?’ Todos disseram que sim!” contou Hiromi.

Mas para ter o capital para conseguir cultivar as flores, Kubo optou por plantar grãos e verduras e conseguir capital para investir na ideia da floricultura.

Contexto histórico

De acordo com o historiador Veridiano Santos, a explosão das bombas atômicas inauguraram uma era chamada de “atômica” e a justificativa de tamanho poder de fogo, em um país que estava praticamente derrotado pela crise econômica, era para apressar a rendição do pais. Além de testar uma nova arma.

Com a imigração dos japoneses para o Brasil em 1918, ano em que os primeiros japoneses chegaram em Pernambuco, o país tropical acabou incorporando partes da cultura dos asiáticos, como na culinária, artes marciais e cultura.

Conforme Hiromi, apesar da destruição da época com a Little Boy e a Fat Man, se fosse uma bomba produzida com a tecnologia e o poder de destruição atual, a história poderia ser diferente.

“As bombas de hoje são mil vezes maior. Se fosse uma bomba de hoje, eu não estava aqui não. Estava morto naquela hora, tava distante pouco mais de 10 quilômetros só”, relembra Kubo.

G1 PE

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