Você já se perguntou quais são os perigos reais de ficar muito tempo internado em um hospital? Agora, você vai entender detalhadamente como uma internação prolongada pode aumentar significativamente os riscos de infecções hospitalares, quais são os principais tipos dessas infecções e, principalmente, como pacientes e familiares podem se proteger. Ao final da leitura, você terá conhecimentos valiosos para enfrentar com mais segurança situações que exijam longos períodos de hospitalização.

Por que uma internação prolongada aumenta o risco de infecção?

Infecção hospitalar por tempo prolongado
Imagem Canva Pro

Quando um paciente permanece hospitalizado por períodos prolongados, o risco de adquirir uma infecção relacionada à assistência à saúde aumenta consideravelmente. Isso ocorre devido a diversos fatores, incluindo a exposição contínua a microrganismos resistentes a antibióticos, procedimentos invasivos repetidos e o próprio ambiente hospitalar, que abriga uma grande variedade de patógenos potencialmente perigosos.

A internação prolongada coloca os pacientes em contato constante com superfícies, equipamentos e profissionais que, apesar dos protocolos de higiene, podem servir como vetores para a transmissão de microrganismos. Além disso, pacientes internados por longos períodos frequentemente apresentam condições que comprometem seu sistema imunológico, tornando-os mais vulneráveis ​​a infecções oportunistas.

Sendo assim, dados mostram que cada dia adicional de internação aumenta em aproximadamente 1,6% a chance de desenvolver algum tipo de infecção hospitalar, podendo chegar a taxas alarmantes após duas semanas de permanência.

Principais tipos de infecções associadas à internação prolongada

Infecções do trato urinário (ITU)

As infecções urinárias são extremamente comuns em pacientes com internação prolongada, especialmente naqueles que ocorrem de cateterismo vesical. Cerca de 75% das UTIs hospitalares estão associadas ao uso de cateteres urinários, e o risco aumenta entre 3% e 7% para cada dia que o cateter permanecer instalado.

Os sintomas podem incluir dor ao urinar, urina turva ou com odor forte, e febre. Portanto, a remoção do cateter assim que possível e a higiene rigorosa na manipulação desses dispositivos são medidas essenciais para evitar esse tipo de complicação.

Pneumonia associada à ventilação mecânica

Para pacientes em internação prolongada que sofrem de suporte ventilatório, a pneumonia associada à ventilação mecânica (PAV) representa uma das complicações mais graves. Esta condição pode aumentar o tempo de internação em até 13 dias e elevar significativamente as taxas de mortalidade.

A PAV ocorre quando bactérias colonizam o tubo endotraqueal e são aspiradas para os pulmões. Ou seja, medidas preventivas incluem elevação da cabeceira do leito entre 30° e 45°, higiene oral com clorexidina e interrupção diária da sedação para avaliar a possibilidade de extubação.

Infecções da corrente sanguínea

As infecções da corrente sanguínea relacionadas aos cateteres centrais são particularmente preocupantes durante uma internação prolongada . Estas infecções causam sepse, uma condição química fatal especificada pela resposta inflamatória sistêmica a uma infecção.

Atualmente, estima-se que cerca de 250.000 casos de infecção por corrente sanguínea ocorrem anualmente nos Estados Unidos, com taxas de mortalidade entre 12% e 25%. A utilização de técnicas assépticas durante a inserção e manutenção dos cateteres, além da remoção desses dispositivos assim que não forem mais necessários, são estratégias fundamentais para reduzir esse risco.

Infecções de sítio cirúrgico

Pacientes submetidos a procedimentos cirúrgicos durante uma internação prolongada têm maior probabilidade de desenvolver infecções no local da cirurgia. Essas infecções podem variar desde superficiais, afetando apenas a pele, até profundas, comprometendo tecidos, órgãos e implantes.

No entanto, a implementação de protocolos de cuidados pré, trans e pós-operatórios, incluindo antibióticoprofilaxia adequada, controle específico da glicemia e normotermia intraoperatória, pode reduzir significativamente as incidências dessas complicações.

Estratégias para minimizar riscos durante uma internação por longo período

Para pacientes e familiares

Técnica de lavar as mãos para evitar infecção hospitalar por internação prolongada
Técnica de lavar as mãos para evitar infecção hospitalar por internação prolongada – Foto: Internet

Para instituições de saúde

As instituições hospitalares têm papel fundamental na prevenção de infecções associadas à internação prolongada. Programas estruturados de controle de infecção, incluindo vigilância epidemiológica ativa, protocolos específicos de higienização das mãos e ambientes, além de política judiciosa de uso de antimicrobianos, são essenciais para reduzir as taxas de infecção.

Sendo assim, os hospitais que implementam pacotes de medidas preventivas (bundles) conseguem reduzir significativamente as taxas de infecções relacionadas à assistência à saúde. Por exemplo, uma implementação adequada do pacote de prevenção de PAV pode reduzir a incidência dessa complicação em até 45%.

O impacto econômico e social das infecções relacionadas à internação por longo tempo

Além do sofrimento humano causado pelas infecções hospitalares, o impacto económico é substancial. Estima-se que infecções adquiridas durante uma internação prolongada aumentem os custos hospitalares em aproximadamente US$ 28.000 a US$ 45.000 por paciente afetado.

No âmbito social, essas infecções prolongam ainda mais o tempo de afastamento do trabalho e das atividades diárias, impactando qualidades de vida dos pacientes e de seus familiares. Portanto, investir em medidas preventivas não apenas salva vidas, mas também representa uma estratégia economicamente eficiente.

Enfim, a internação prolongada apresenta riscos de infecções hospitalares que não devem ser subestimados. No entanto, com vigilância adequada, adesão rigorosa às práticas de controle de infecção e participação ativa de pacientes e familiares nesse processo, é possível aumentar a eficiência desses riscos.

Atualmente, a prevenção de infecções hospitalares é uma responsabilidade compartilhada entre instituições, profissionais de saúde e usuários do sistema. Munidos de conhecimento e conscientização sobre esses riscos, pacientes e familiares podem se tornar parceiros valiosos na promoção de um ambiente hospitalar mais seguro, mesmo durante períodos de internação prolongada .

Perguntas Frequentes (FAQ)

1 – Quanto tempo de internação considera-se prolongado?

Geralmente, considera-se uma internação prolongada que ultrapassa 7 a 10 dias, embora essa definição possa variar conforme o tipo de hospital e a condição clínica do paciente. Estudos mostram que os riscos de infecção aumentam consideravelmente após esse período.

2 – As infecções hospitalares podem ser fatais?

Sim, infelizmente algumas infecções adquiridas durante uma internação prolongada podem ser fatais, especialmente quando causadas por bactérias multirresistentes. A sepse, uma complicação grave de infecção, tem uma taxa de mortalidade que pode chegar a 40% em alguns casos.

3 – Como posso verificar se o hospital segue boas práticas de controle de infecção?

Você pode observar se os profissionais higienizam as mãos antes e depois de atender os pacientes, se os equipamentos estão limpos entre usos e se o hospital possui uma Comissão de Controle de Infecção Hospitalar ativa. Alguns hospitais também divulgam suas taxas de infecção, o que pode ser um bom indicador de qualidade.

4 – É possível solicitar uma transferência para casa antes do previsto para evitar infecções?

Em alguns casos, é possível discutir com a equipe médica a possibilidade de continuar o tratamento em casa através de programas de internação domiciliar ou hospitalar. Esta opção pode ser adequada para pacientes que ainda apresentam riscos de cuidados, reduzindo os riscos associados à
internação prolongada.

Blog do Halder

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *