Na delação homologada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), Ronnie Lessa, assassino confesso de Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, revelou que o plano de espionar o PSOL incluía não apenas a vereadora, mas também outros políticos do partido. Durante depoimento à Polícia Federal (PF), Lessa afirmou então que os irmãos Brazão infiltraram Laerte Silva de Lima e Erileide Barbosa da Rocha no PSOL. O casal era um “braço armado” da milícia de Rio das Pedras, na Zona Oeste do Rio.

“O Domingos [Brazão] simplesmente fala que colocou um espião no PSOL, e o nome desse espião seria Laerte, que depois soube se tratar de um miliciano. Essa pessoa trazia informações sobre o PSOL em si”, declarou então Ronnie. Além de Marielle, o interesse também incluía Marcelo Freixo, bem como Renato Cinco e Tarcísio Motta.

Freixo, ouvido pelo Fantástico, declarou que Ronnie Lessa “é um psicopata” e criticou a conexão entre crime, polícia e política no Rio de Janeiro.

A filiação de Laerte e Erileide ao PSOL aconteceu em abril de 2017. Em 2019, Lessa admitiu então ter pesquisado na internet sobre Marcelo Freixo, uma das figuras mais atuantes do partido. O PSOL expulsou o casal em dezembro de 2020. “A atuação criminosa das milícias mostra que contam, muitas vezes, com o apoio de agentes do Estado”, disse o partido em nota.

Ronnie Lessa também afirmou que Laerte pode ter “enfeitado o pavão” ao relatar informações, levando os irmãos Brazão a superdimensionar as ações políticas de Marielle. O relatório da PF sugere que essa animosidade exagerada explicaria a reação intensa de Chiquinho Brazão contra um assessor de Marielle após uma votação na Câmara do Rio.

Laerte, miliciano de Rio das Pedras, foi preso em 2019 na Operação Intocáveis e voltou a ser preso em 2023 por envolvimento com a milícia. Ele era responsável pelo recolhimento de taxas e agiotagem na região.

Blog do Halder

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