O Mercado Livre anunciou nesta segunda-feira que irá aumentar em 47,8% os investimentos no Brasil em 2025. O aporte, de R$ 34 bilhões, abrange a expansão da rede logística, tecnologia para o e-commerce, programas de fidelidade e iniciativas de entretenimento, entre outras áreas.
Com 100 milhões de compradores anuais em 18 países da América Latina, a plataforma de comércio eletrônico tem no Brasil o seu principal mercado. É seguido pelo México e a Argentina, país de origem. No ano passado, os investimentos locais somaram R$ 23 bilhões.
De acordo com a empresa, o aporte de 2025 abrange tanto investimentos em ativos fixos quanto despesas operacionais voltadas ao desenvolvimento de frentes estratégicas. Com o investimento, a empresa espera criar 14 mil postos de trabalho no Brasil e chegar ao fim deste ano com 50 mil funcionários locais.
Anúncio feito coma presença do presidente Lula
O anúncio foi feito por Fernando Yunes, vice-presidente sênior de comércio e líder do Mercado Livre no Brasil. O evento contou com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e dos ministros da Fazenda, Fernando Haddad, do Trabalho, Luiz Marinho, e do Empreendedorismo, Márcio França. O encontro aconteceu no centro de distribuição da empresa em Cajamar, na Região Metropolitana de São Paulo.

— O mercado brasileiro é um dos mais competitivos do mundo no comércio eletrônico. Por isso, esse aporte é para seguir avançando na logística e tecnologia, e para inovar cada vez mais rápido. Também para o marketing, na marca — afirmou Yunes.
Em seguida, o presidente Lula discursou diante de uma plateia de funcionários da empresa. Nesse ínterim, ele disse que os investimentos privados começam a retornar ao país. Ele afirmou ainda que a economia brasileira deve voltar a surpreender, contrariando as previsões.
— Quando vejo o Fernando (Yunes) dizer que vai investir R$ 34 bilhões, eu sou obrigado a dizer para vocês que eu sou um cara de muita sorte. O país passou muito tempo sem investimento. — disse o petista, depois de ter visitado o centro de distribuição.
Mais centros de distribuição
Um dos focos de investimento da plataforma tem sido a ampliação dos centros de distribuição pelo país, para ampliar a rede de entregas rápidas. No ano passado, a empresa já havia firmado a meta de dobrar as unidades logísticas no país. Dessa maneira, a intenção é chegar a 21 pontos até o final de 2025. As unidades incluem pontos no Rio de Janeiro, Bahia, Minas Gerais e Santa Catarina. A maior parte da operação está em São Paulo.
No ano passado, a operação brasileira do Mercado Livre representou mais da metade (54,9%) da receita da companhia. Dos R$ 61,4 bilhões, o e-commerce correspondeu à maior parte do faturamento (R$ 37,7 bilhões). Em seguida, veio a vertical financeira, o Mercado Pago, que registrou R$ 23,7 bilhões em receita. Os valores consideram a conversão em reais com a taxa de câmbio média de 2024.
Concorrência cada vez mais alta
Maior plataforma de comércio eletrônico do Brasil, o Mercado Livre tem lidado com a concorrência crescente no país. Entre elas, as asiáticas, como a Shopee, e a gigante americana Amazon, que também tem ampliado os investimentos no país.
Uma das estratégias da plataforma de e-commerce, que foi fundada na Argentina e tem capital aberto desde 2007, é ampliar as verticais de comércio, como supermercado e moda. Para isso, tem firmado parceria com marcas nacionais, como Natura, e estrangeiras, como Ralph Lauren e Lacoste. Nas compras de mercado, um dos movimentos é aumentar o sortimento e oferta de produtos. Entre o início de 2023 e 2024, os itens dessa vertical cresceram 15%. Em paralelo, a empresa também mira no Brasil a operação de serviços financeiros, com o Mercado Pago.
No quarto trimestre de 2024, o Mercado Livre reportou lucro líquido de US$ 639 milhões. Sendo assim, a receita foi de US$ 6,1 bilhões, uma alta de 37% em relação ao ano anterior. Portanto, eEsse foi o oitavo anúncio de ampliação de investimentos no Brasil.