
Nas últimas semanas, vídeos circulando nas redes sociais esquentaram o debate: os carros usados pela Polícia Militar de São Paulo servem para o trabalho pesado das ruas?
As imagens mostram modelos como Fiat Mobi e Volkswagen Polo Track atuando como viaturas da PM-SP. São dois veículos compactos com desempenho modesto e voltados ao uso urbano.
O Mobi, por exemplo, conta com motor de 75 cv de potência. Já o Polo Track tem 84 cv – números que não empolgam quando pensamos em perseguições, manobras de emergência ou tráfego em terrenos irregulares.
Nas redes sociais, os carros da polícia se tornaram motivo de críticas e piadas. “Como um Mobi vai correr atrás de bandido?”, questiona um internauta. “Era melhor usar uma Pop 100”, comenta outro, referindo-se a uma moto de baixa cilindrada da Honda.
As queixas vêm em um momento em que a SSP-SP (Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo) anunciou a entrega de novas viaturas mais robustas, como Renault Duster e Chevrolet Trailblazer, destinadas ao interior paulista, especialmente à região de Campinas.
O que diz o Governo de São Paulo?
A SSP-SP afirma que os modelos atualmente integrados à frota na gestão incluem Chevrolet Spin e Trailblazer, Ford Ranger, caminhão-tanque, guincho, guincho pesado e motocicleta GS 850, usados principalmente em regiões como a Baixada Santista e o Vale do Ribeira.
Ressaltou, ainda, que “a distribuição dos veículos atualmente em operação é definida seguindo critérios técnicos, logísticos e estratégicos, visando atender plenamente as demandas da população”.
Sobre os veículos menores, como Mobi e Polo, a secretaria afirma:
“Viaturas de menor porte são empregadas prioritariamente em atividades administrativas, de apoio operacional, patrulhamento preventivo urbano e deslocamentos em áreas com adequada infraestrutura viária. Já o policiamento ostensivo em áreas de maior complexidade operacional, bem como ações especializadas e o patrulhamento em regiões com vias não pavimentadas, contam com viaturas mais robustas, como SUVs, picapes e veículos com tração e potência compatíveis com esse tipo de emprego.”
Em resumo, o uso dos carros mais simples se reserva a funções nas quais, teoricamente, não há necessidade de alto desempenho.
Esses modelos compactos, além de serem mais baratos, também têm manutenção mais econômica e consomem menos combustível.
Por isso, acabam servindo como boa alternativa para atividades administrativas e de menor risco. No entanto, alguns questionam “se o policial está em um Mobi, patrulhando uma área escolar, e aparece um bandido, não pode fazer nada”.
Ícone da PM-SP

É difícil ter passado pelos anos 2000 e não se lembrar da Blazer da Rota, que virou sinônimo de força e imponência nas ruas de São Paulo.
Com motor V6, tração 4×4 e presença intimidadora, o modelo se lembra como um ícone da frota policial.
Hoje, modelos como a Chevrolet Trailblazer, Toyota Hilux e a Ford Ranger assumiram esse papel nas unidades de elite, mas são minoritários na frota total, que ainda se compõe, em grande parte, por carros compactos e médios.