Paulo Wanderley Araújo de Menezes, de 61 anos, teve sintomas de infarto, mas, segundo a família, não foi encaminhado de imediato à ala vermelha. — Foto: Reprodução / TV Paraíba

O vendedor autônomo Paulo Wanderley Araújo de Menezes, de 61 anos, morreu no último domingo, 23 de março, após ser atendido na UPA Dr. Adhemar Dantas, no bairro Dinamérica, em Campina Grande. A família acusa a unidade de negligência médica, alegando que a equipe demorou para agir diante de um possível infarto. A direção da UPA nega as irregularidades bem como afirma que seguiu protocolos.

A esposa do idoso, Risodalva Sales, registrou um Boletim de Ocorrência (BO) nesta segunda-feira, 25 de março, para relatar a suposta negligência. Ao site do g1, a delegada da Polícia Civil Ellen Maria confirmou a investigação e disse que o caso será repassado à Delegacia Especial de Atendimento ao Idoso (DEATI).

Paulo Wanderley estava em casa quando começou a apresentar sinais de infarto. Segundo a filha, Rayane Sales, a família acionou o Samu, mas a informaram que a ambulância demoraria a chegar. “Ligamos para o Samu, mas ia demorar muito. A gente chamou o vizinho, colocamos ele no carro e fomos para a UPA”, relatou Rayane, que é enfermeira.

Na unidade de saúde, a família diz que não levaram o paciente imediatamente para a ala vermelha, destinada a casos graves.

Relato dos familiares

A esposa de Paulo relatou que um funcionário da UPA teria admitido falha no procedimento. “Uma própria pessoa de lá disse que foi uma conduta errada do médico. Só depois que ele [Paulo] apagou foram tentar reverter o quadro”, afirmou.

Rayane contou que tentou alertar o médico sobre a gravidade da situação. “Eu dizendo: ‘Moço, meu pai está morrendo, o senhor não está vendo?’. E ele disse: ‘Tenha calma que ele está bem’. Mandou a enfermeira passar o acesso e no momento que ele disse isso, meu pai morreu na minha frente.

À TV Cabo Branco, o diretor técnico da UPA, Darlan Nóbrega, defendeu a conduta da equipe. Segundo ele, realizaram um eletrocardiograma em três minutos após a chegada do paciente, e o médico identificou alterações no exame.

“Assim que viu o resultado, ele foi imediatamente à área verde. O paciente já estava em intercorrência, pois o infarto evolui muito rápido. Foi uma fatalidade, mas registraram todo o atendimento em tempo hábil”, explicou.

Em nota, a Secretaria Municipal de Saúde de Campina Grande lamentou a morte bem como reforçou que os registros do prontuário foram disponibilizados à família.

Enterraram Paulo Wanderley na manhã desta segunda-feira, 25 de março, e os parentes afirmam que buscarão investigação do caso. “Não vai trazer ele de volta, mas pode acontecer a mesma coisa com outras pessoas que vão para lá”, destacou Risodalva.

G1 PB

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