
O acidente aéreo ocorrido nesta quinta-feira, 12 de junho, na Índia, entra para a história como o primeiro desastre aéreo envolvendo o Boeing 787. Ao longo das décadas, outras tragédias marcaram a aviação mundial e estão entre as maiores já registradas. Relembre algumas delas.
Desastre Aéreo de Tenerife – 27 de março de 1977, Ilhas Canárias, Espanha.
Este é o acidente com o maior número de mortes na história da aviação. Envolveu a colisão em pista de dois Boeing 747 — um da KLM e outro da Pan American World Airways — no Aeroporto de Los Rodeos (hoje Tenerife Norte). Fatores como uma densa névoa e falhas de comunicação entre as tripulações e o controle de tráfego aéreo contribuíram para o acidente. Além disso, procedimentos operacionais inadequados foram também fatores contribuintes. O desastre causou 583 mortes.
Voo Japan Airlines 123 – 12 de agosto de 1985, Japão.
Um Boeing 747 da Japan Airlines, na rota Tóquio para Osaka, sofreu uma descompressão explosiva. A falha estrutural foi atribuída a um reparo inadequado em uma divisória de pressão, realizado sete anos antes. A aeronave permaneceu no ar por 32 minutos antes de cair em uma montanha, resultando na morte de 520 das 524 pessoas a bordo. Este é o acidente de uma única aeronave com o maior número de mortes.
Colisão Aérea de Charkhi Dadri – 12 de novembro de 1996, Haryana, Índia.
Uma colisão em pleno ar entre um Boeing 747 da Saudi Arabian Airlines e um Ilyushin Il-76 da Kazakhstan Airlines ocorreu próximo a Nova Delhi. Foi causada por uma violação de altitude por parte da aeronave cazaque. As 349 pessoas a bordo de ambos os aviões morreram.
Voo Turkish Airlines 981 – 3 de março de 1974, Ermenonville, França.
Um McDonnell Douglas DC-10 da Turkish Airlines caiu após uma falha na porta de carga traseira. A porta se abriu em voo e causou uma descompressão explosiva. Todas as 346 pessoas a bordo morreram.
Voo Saudi Arabian Airlines 163 – 19 de agosto de 1980, Riade, Arábia Saudita.
Um Lockheed L-1011 TriStar da Saudi Arabian Airlines sofreu um incêndio no compartimento de carga após partir de Riade. A aeronave retornou ao aeroporto e pousou; no entanto, apesar do pouso seguro, todas as 301 pessoas a bordo morreram. A causa foi inalação de fumaça e incapacidade de evacuação.
Voo American Airlines 191 – 25 de maio de 1979, Chicago, EUA.
Um McDonnell Douglas DC-10 da American Airlines, que partia de Chicago, perdeu um motor durante a decolagem devido a uma falha estrutural. A aeronave caiu pouco depois, matando todas as 271 pessoas a bordo e duas em solo, que somaram um total de 273 vítimas. A investigação levou a mudanças na manutenção das aeronaves. Além disso, influenciou nos procedimentos de segurança.
Voo Pan Am 103 (Atentado de Lockerbie) – 21 de dezembro de 1988, Lockerbie, Escócia.
Um Boeing 747 da Pan American World Airways explodiu no ar sobre a cidade de Lockerbie, na Escócia, durante um voo de Londres para Nova York. Assim sendo, a causa foi a detonação de uma bomba a bordo, em um ato terrorista. O acidente causou a morte de todas as 259 pessoas a bordo bem como 11 em solo, totalizando 270 vítimas. O incidente resultou então em mudanças nos protocolos de segurança em aeroportos. Além disso, também influenciou no manuseio de bagagens.
Voo Malaysia Airlines 370 – 8 de março de 2014, Oceano Índico.
Um Boeing 777 da Malaysia Airlines desapareceu sem deixar vestígios sobre o Oceano Índico, durante a rota Kuala Lumpur para Pequim. A bordo estavam 239 pessoas. Apesar de extensas buscas, a aeronave nunca foi encontrada. O evento gerou discussões sobre o rastreamento de voos. Também influenciou questões de segurança de dados.
Voo Air France 447 – 1º de junho de 2009, Oceano Atlântico.
Um Airbus A330 da Air France caiu no Oceano Atlântico durante um voo do Rio de Janeiro para Paris. A investigação apontou então uma combinação de fatores, incluindo falhas nos sensores de velocidade (tubos de Pitot). Além disso, a desorientação da tripulação e comandos inadequados influenciaram o acidente. Desse modo, todas as 228 pessoas a bordo morreram. A complexidade da investigação, assim como a recuperação das caixas-pretas em águas profundas, marcou este evento.
Acidentes no Brasil
Voo TAM 3054 – 17 de julho de 2007, São Paulo, Brasil. Um Airbus A320 da TAM Linhas Aéreas não conseguiu frear ao pousar então na pista principal do Aeroporto de Congonhas durante um voo de Porto Alegre para São Paulo. A aeronave ultrapassou os limites da pista, atravessou uma avenida e por fim colidiu com um prédio da própria TAM e um posto de gasolina. O acidente matou todas as 187 pessoas a bordo bem como outras 12 em solo, que totalizaram 199 vítimas. A investigação apontou fatores como pista molhada. Também avaliou falha no reversor de um dos motores e erro da tripulação. O evento levou a discussões sobre a segurança do aeroporto e a necessidade de pistas mais longas.
Voo Gol Transportes Aéreos 1907 – 29 de setembro de 2006, Mato Grosso, Brasil. Um Boeing 737 da Gol colidiu no ar com um jato executivo Legacy 600 sobre o estado do Mato Grosso. O Legacy conseguiu pousar apesar dos danos na asa. Porém, o Boeing da Gol caiu e matou todas as 154 pessoas a bordo. O acidente resultou em uma revisão dos procedimentos de controle de tráfego aéreo no país. Também influenciou a comunicação no Brasil.
O acidente na Índia
O Boeing 787 Dreamliner era operado pela Air India e tinha como destino o aeroporto de Gatwick, em Londres, no Reino Unido. Mais de 50 britânicos estavam a bordo, além de indianos, portugueses e um canadense. A linha aérea indiana e o aeroporto britânico confirmaram a queda. Até a última atualização desta reportagem, não havia sido divulgado o número de mortos. Além disso, o número de feridos não foi informado.
Equipes de resgate foram enviadas ao local do acidente, e as operações no aeroporto de Ahmedabad estão suspensas. A Air India disse que os feridos estão sendo levados para hospitais da região e que colabora com as investigações. As causas da queda ainda não foram identificadas.
De acordo com a plataforma FlightRadar24, o avião perdeu contato com a torre de controle pouco depois da decolagem. Isso ocorreu quando estava a cerca de 190 metros de altitude.