
A Fórmula 1 voltará a ser transmitida pela Rede Globo a partir de 2026, após cinco anos no Grupo Bandeirantes. Um dos principais nomes da cobertura da categoria no Brasil, o jornalista Reginaldo Leme falou sobre a transição em entrevista ao canal AutoMotor e destacou os motivos que levaram a Liberty Media, detentora dos direitos comerciais da F1, a escolher a Globo.
Leme deixou claro que a mudança não surpreendeu o meio. “Não foi surpresa para ninguém”, afirmou. “No ano passado, a F1 já teria um compromisso verbal com a Globo. Muita gente fala, ‘poxa, a Band perdeu, né?’. O contrato era até o fim de 2025 e a Liberty tinha conseguido umas cláusulas que poderiam romper o acordo, para ir pra Globo, pressionado por muita gente importante ali.”
Segundo o jornalista, a emissora cumpriu o contrato até o final por decisão do presidente Johnny Saad. “A Band segurou 2025 por uma questão jurídica. Johnny Saad disse: ‘vamos cumprir até o final’. Mas já sabíamos que, ao terminar o contrato, a F1 não ficaria. Pode ser que volte no futuro.”
“O que me deixa meio curioso é que eu digo que tem muita gente que defendeu a Globo nessa parada, mas eu sei que o valor da Record, por exemplo, era maior que o da Globo, e transmitindo todas as corridas ao vivo”, comentou o jornalista. Ainda assim, a Liberty Media optou pela tradição. “O Domenicali e o Ian Holmes decidiram pela Globo, é um porto seguro. Foi lá que a F1 nasceu para o Brasil, graças a Deus eu tive participação nisso, eu e Galvão, e é um porto seguro.”
Trabalho
Sobre a permanência da Band em 2025, Leme foi categórico: “A gente já sabia que a Band só segurou 2025 por uma questão jurídica, o Johnny Saad falou, ‘não, vai cumprir esse contrato até o final do ano’, ele exerceu o direito e cumpriu. Mas a gente já sabia que, na hora que terminasse o contrato de 2025, não ia ficar.”
O veterano também anunciou que pretende diminuir sua carga de trabalho. “Está na hora de eu descansar um pouquinho, e eu já tinha pensado nisso. Caso ficasse na Band, eu ia propor não fazer todas as corridas, fazer metade ou menos da metade até, e sei que na Band aceitaria uma proposta minha nesse sentido. Eu preciso desse relaxamento.”
Refletiu: “Se por um lado eu estou triste, principalmente pelos companheiros de transmissão, por outro lado, a palavra certa é alívio. Eu vou ter mais tempo para os amigos, para a família, vou ter mais tempo pra me cuidar, cuidar da minha saúde”, finalizou o comentarista.
Durante os anos de Band, que iniciaram em 2021, a Fórmula 1 viu sua audiência cair drasticamente no Brasil, apesar do crescimento de popularidade da categoria. Esse é considerado um ponto crucial para o retorno. Além de Leme, outras figuras devem deixar a transmissão, como a repórter Mariana Becker, que definiu a situação como “dolorosa.”