Operação policial prende suspeitos de roubar pick-ups de luxo em Fortaleza e em outros estados — Foto: Divulgação/PCCE

Uma operação coordenada pela Polícia Civil do Distrito Federal, com apoio das polícias do Ceará, Mato Grosso do Sul e Goiás, resultou na prisão de 20 pessoas nesta quinta-feira, 13 de fevereiro – 15 no DF e 5 em Fortaleza.

A operação cumpre 26 mandados de prisão (13 preventivas e 13 temporárias) e 32 mandados de busca e apreensão, além de bloquear R$ 7 milhões em contas bancárias ligadas ao grupo. A organização criminosa é especializada em furtos de caminhonetes Toyota Hilux e SW4, veículos de alto luxo usados para financiar o tráfico internacional de drogas.

As cinco pessoas presas em Fortaleza foram encaminhadas para a Delegacia de Roubo e Furto de Veículo e Carga. A operação segue em andamento.

Veículos eram trocados por droga

A organização atuava em quatro estados e possuía ramificações internacionais. As caminhonetes furtadas no DF eram adulteradas, ocultadas e transportadas para regiões de fronteira com Bolívia e Paraguai, onde eram trocadas por grandes carregamentos de drogas. Parte dos veículos também era desmanchada para venda ilegal de peças ou inserida no mercado clandestino.

O grupo tinha estrutura complexa, dividida em núcleos estratégico, operacional, logístico e financeiro, com funções específicas. Chefes do esquema, vinculadas ao Comando Vermelho, coordenavam desde o planejamento dos furtos — incluindo equipamentos para burlar sistemas de segurança — até a lavagem de dinheiro.

Operação em Fortaleza

Em Fortaleza, os alvos da operação foram levados ao Departamento de Polícia Judiciária Especializada (Delegacia de Roubo e Furto de Veículo e Carga). A cooperação com a Polícia Civil do Ceará foi essencial para rastrear integrantes do núcleo logístico, responsável pelo transporte interestadual dos veículos.

“A organização se retroalimentava do crime. O lucro das drogas era reinvestido em novos furtos, criando um ciclo de violência e ilegalidade”, destacou a Polícia Civil do Distrito Federal, em nota. A investigação começou após um aumento exponencial de roubos de picapes de luxo, todas da mesma marca e modelo, o que indicava ação especializada.

Estrutura hierárquica

O núcleo estratégico, formado pelos líderes, comandava as operações e fornecia tecnologia para os furtos. Já o operacional executava os crimes e adulterava os veículos, enquanto o logístico levava as caminhonetes para fronteiras ou desmanches. O financeiro, por sua vez, lavava o dinheiro e distribuía lucros.

Além do prejuízo milionário com os veículos — cada Hilux pode custar até R$ 400 mil —, a organização criminosa fortalecia o tráfico de drogas, que abastecia o mercado brasileiro. A Polícia Civil ressaltou que a operação interrompeu um fluxo financeiro crucial para o crime organizado.

Os presos responderão por formação de quadrilha, furto qualificado, lavagem de dinheiro e associação ao tráfico. A investigação segue para identificar mais envolvidos e rotas internacionais.

G1 CE

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