Um novo estudo clínico apontou que uma versão em comprimido da semaglutida — medicamento usado no tratamento da obesidade — proporcionou perda média de 16,6% do peso corporal em adultos após pouco mais de um ano de uso. Os resultados foram publicados no The New England Journal of Medicine.
A pesquisa acompanhou 307 pessoas com obesidade ou sobrepeso e pelo menos uma comorbidade associada, mas sem diabetes. Durante 64 semanas, os participantes receberam semaglutida oral 25 mg ou placebo, combinados assim com mudanças no estilo de vida.
O que mostrou o estudo
- Quem usou a semaglutida oral perdeu, em média, 16,6% do peso; no grupo placebo, a redução foi de 2,7%.
- Mais de um terço dos participantes (34,4%) conseguiu perder 20% ou mais do peso corporal, contra 2,9% no placebo.
- Mesmo quando considerada a adesão parcial ao medicamento, a perda média foi de 13,6% com semaglutida, versus 2,2% com placebo.
- Houve ainda melhora em fatores de risco cardiovascular e na capacidade de realizar atividades físicas cotidianas.
- Os resultados foram semelhantes aos observados em estudos anteriores com a versão injetável do medicamento, já disponível em vários países, incluindo o Brasil.
Efeitos adversos
Os eventos adversos mais comuns foram náusea (46,6% dos casos) bem como vômito (30,9%). Em geral, segundo os pesquisadores, os efeitos foram leves a moderados e transitórios.
Assim sendo, a taxa de interrupção do tratamento por reações foi de 6,9% no grupo que usou o medicamento, próxima à observada com placebo (5,9%).
Próximos passos
Conforme a farmacêutica Novo Nordisk, fabricante do remédio, ela submeteu a formulação oral à aprovação da agência regulatória dos Estados Unidos, Food and Drug Administration (FDA). Dessa forma, a análise deve ser concluída até o fim de 2025. Se aprovada, será a primeira terapia oral da classe GLP-1 indicada para controle crônico de peso.
No Brasil, a versão injetável do Wegovy (semaglutida 2,4 mg) recebeu aval da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em 2023 e começou a ser comercializada em 2024 para pacientes com obesidade ou sobrepeso associado a comorbidades.