O filme “Conclave“(2024) gerou o interesse de pessoas ao redor do mundo no processo de seleção de um novo papa.
Ganhadora de um Oscar de melhor roteiro adaptado e inspirada no livro de mesmo nome de Robert Harris, a obra de ficção mistura com habilidade fatos e licenças criativas sobre a eleição papal.
Mas, afinal o que é real e o que é completa invenção no filme?
O que é real
- ✅Procedimento do conclave: Os cardeais realmente se reúnem na Capela Sistina, entregam seus votos em cédulas, e a fumaça (preta ou branca) indica o resultado. O isolamento dos cardeais também é real. Dessa maneira, o professor de história da Universidade de Maryland, Piotr H. Kosicki, ressaltou apenas ao “New York Times” que todos os rituais no Vaticano são praticados “em italiano ou latim. Ponto”;
- ✅Tensões políticas na Igreja: O filme acerta ao mostrar divisões ideológicas entre cardeais, algo comum nas eleições papais, ou seja, com disputas entre alas conservadoras e progressistas. “Mesmo com pessoas que têm boa vontade e que estão trabalhando pelo melhor da Igreja, pelo bem da Igreja, há desentendimentos. Isso é humano e é normal”, disse o reverendo Thomas Reese à rádio americana NPR;
- ✅Clima de segredo e introspecção: A atmosfera de tensão, silêncio e ritualismo condiz com o ambiente real do conclave.
O que é invenção
- ❌Participação de um cardeal “in pectore”: No filme, um cardeal secreto aparece no conclave. No entanto, na vida real, isso só seria possível se o papa revelasse seu nome antes de morrer — o que não ocorre na trama.
- ❌Reviravoltas dramáticas e revelações pessoais: O enredo inclui segredos explosivos, tensões quase cinematográficas entre cardeais e até ameaças físicas — esses elementos são invenções para fins dramáticos.
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