
Quando um papa morre, a Igreja Católica convoca então um conclave para eleger um novo líder. Contudo, somente os cardeais com menos de 80 anos participam do conclave. O processo de eleição ocorre em sigilo, na Capela Sistina, onde os cardeais ficam trancados em oração e reflexão. Eles votam até que escolham um novo papa. Sendo assim, para vencer, um candidato precisa ter 77 (ou dois terços) dos 115 votos.
O conclave é uma tradição de mais de 800 anos. Ela surgiu no século 13 para formalizar o processo de escolha e diminuir a interferência de atores externos, como políticos e aristocratas. O termo “conclave” vem do latim “cum clave“, que significa “com chave”. Assim sendo, ele refere-se ao fato de que trancam os cardeais em um local para evitar essas influências de terceiros durante a eleição.
Nas últimas transições de papado, ficou famoso o sinal de fumaça enviam através da chaminé de cobre da Capela Sistina. Quando a fumaça é preta, significa que os cardeais não atingiram os dois terços dos votos necessários para eleger um novo papa. No entanto, quando a votação consegue essa maioria, a fumaça fica branca, o que sinaliza aos fiéis que escolheram um novo papa. A primeira utilização registrada de fumaça para este propósito foi durante o conclave de 1903.
A fumaça
A fumaça vem em parte da queima das cédulas de votação em um forno especial na Capela. Mas, para colorir a fumaça de branco ou preto, a misturam com a fumaça proveniente de aditivos químicos queimados em um segundo forno.
Antigamente, para produzir a cor preta, o Vaticano queimava piche, ao passo que, para produzir a cor branca, queimava-se palha molhada. Só que os cardeais começaram a enfrentar problemas quando a fumaça começou a aparecer cinza em algumas eleições. Por isso, no conclave de 2005, decidiu-se por uma substituição dos ingredientes.
Em 2013, ano em que o Papa Francisco foi escolhido, o Vaticano revelou as misturas usadas. Para o preto, agora se utiliza uma mistura de perclorato de potássio, antraceno e enxofre. Já o branco vem do clorato de potássio, lactose e a resina de coníferas chamada colofônia.
Curiosamente, podemos dizer que o Vaticano está fazendo bombas de fumaça, como as que já eram usadas desde o começo do século 20. Uma bomba de fumaça combina um composto rico em carbono (como açúcar) a um agente oxidante. O oxidante fornece o oxigênio para a combustão. O perclorato de potássio e o clorato de potássio agem como os oxidantes. Já o antraceno, a lactose e a resina são os combustíveis, que geram o carbono.
O processo ganhou até algumas ajudas tecnológicas: a chaminé tem aquecimento elétrico e ventiladores para garantir o escape adequado da fumaça.