
O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) vai buscar novos mercados para serem alternativa às exportações brasileiras. Estas poderão ser assim afetadas com o anúncio do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de taxar em 50% os produtos importados do Brasil. O ministro Carlos Fávaro disse nesta quinta-feira, 10 de julho, que o governo busca minimizar os impactos da decisão dos Estados Unidos.
“Vou reforçar essas ações, buscando os mercados mais importantes do Oriente Médio, do Sul Asiático e do Sul Global. Esses mercados têm grande potencial consumidor e podem ser uma alternativa para as exportações brasileiras. As ações diplomáticas do Brasil estão sendo tomadas em reciprocidade. As ações proativas vão acontecer aqui no Ministério da Agricultura e Pecuária para minimizar os impactos”, conforme Fávaro, em pronunciamento nas redes sociais.
Conforme carta ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, nesta quarta-feira, 9 de julho, o presidente dos EUA, Donald Trump, anunciou que as sanções passam a valer a partir do dia 1º de agosto.
Ações do governo
Fávaro classificou a ação do governo norte-americano como “indecente” e disse que o governo brasileiro está agindo de forma proativa. Sendo assim, ele relatou que já conversou com as principais entidades representativas dos setores mais afetados, como de suco de laranja, de carne bovina e de café. Desse jeito, ele busca encontrar alternativas.
“Para que possamos, juntos, ampliar as ações que já estamos realizando nos dois anos e meio do governo do presidente Lula. O objetivo é ampliar mercados, bem como reduzir barreiras comerciais e dar oportunidade de crescimento para a agropecuária brasileira”.
No setor de agronegócio, açúcar, café, suco de laranja e carne representam os principais itens da pauta brasileira aos norte-americanos. Segundo especialistas ouvidos pela Agência Brasil, um dos efeitos colaterais de curto prazo deve ser a queda de preços no mercado interno. Isso ocorre especialmente nas commodities agrícolas que deixarão de se exportar.
A Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec) já calcula que a medida de Trump tornará o custo da carne brasileira tão alto que inviabilizará a venda do produto para os Estados Unidos.