Nesta quarta-feira, 4 de outubro, a Polícia Civil de Minas Gerais concluiu que a imprudência dos pilotos causou o acidente aéreo que ceifou a vida da renomada cantora Marília Mendonça e de sua equipe.
O delegado Ivan Lopes Sales declarou: “Apresentamos a conclusão do inquérito com o máximo de respeito. Sabemos que foi um acidente, mas é função da Polícia Civil apontar a causa e materialidade.”
Conforme os investigadores, os manuais da aeronave determinam a conferência de documentos chamados cartas de voo para checar a existência de obstáculos no trajeto. Os peritos demonstraram que os pilotos decidiram alongar a chamada perna do vento e estiveram em altura abaixo do esperado para o local.
“Ficou evidenciado que os pilotos ultrapassaram a perna do vento, não respeitando o manual. Ao ultrapassar, saíram da zona de proteção do aeródromo. Neste caso, qualquer responsabilidade de antena, morro e obstáculos cabia aos pilotos observar”, declarou o delegado.
“A aeronáutica não proíbe o alargamento da perna do vento. Fica a critério da tripulação, mas entendemos que houve tomada de decisão equivocada de alongamento porque não tiveram ciência das cartas [de voo] e acabaram colidindo. Em face disso, restou evidenciar prática de homicídio culposo por parte dos pilotos. Sendo certo que, ao final do inquérito, foi sugerida a extinção da punibilidade em face da morte dos tripulantes e sugerido o arquivamento do inquérito, concluindo pela negligência e imprudência por parte da tripulação”, disse Moraes.
Histórico
Primeiramente, um laudo inicial, que foi apresentado pela Polícia Civil em 5 de novembro de 2022, descartou a possibilidade do acidente ter sido causado por mau tempo. As hipóteses que ficaram em aberto eram de falha humana ou avaria mecânica. No entanto, a conclusão do inquérito dependia de um laudo do Cenipa (Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos), da Força Aérea Brasileira.
No dia 16 de maio deste ano de 2023, o Cenipa apontou um julgamento “inadequado” do piloto que pode ter contribuído para a tragédia. Nesse sentido, o problema, segundo o documento, estava relacionado a uma possível decisão equivocada em relação ao “perfil de aproximação para pouso”.
O laudo revela que a tripulação alongou a perna do vento em uma distância significativamente maior do que a esperada. O fato pode ter levado a aeronave a bater em uma rede elétrica de alta tensão, o que causou a queda.
Na época, a Cemig (Companhia Energética de Minas Gerais) ressaltou que a fiação estava fora da área de segurança do aeroporto. O relatório do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) atestou a regularidade da sinalização das torres de distribuição da Cemig no trecho em questão. O relatório concluiu que a rede de distribuição naquele trecho não cumpria os requisitos que a qualificariam como um obstáculo ou objeto passível de ser sinalizado. Ou seja, não há previsão legal para a sinalização da rede no local”, informou a empresa.
Enfim, o desfecho confirma a responsabilidade dos pilotos no acidente que causou a perda de Marília Mendonça e de sua equipe e encerra oficialmente o caso.
Blog do Halder com informações do R7