
Em meio ao conflito travado entre Irã e Israel desde a semana passada, cresceu a preocupação internacional de uma guerra que, além de mísseis e drones, possa envolver armas nucleares. Historicamente, esse tipo de armamento devastou cidades como Hiroshima e Nagasaki, no Japão, com consequências humanas e ambientais catastróficas.
O foco da disputa gira em torno do uso de material nuclear no Oriente Médio. Israel acusa o Irã, há mais de três décadas, de violar o Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares (TNP), assinado em 1970. Já o Irã defende que seu programa nuclear tem fins pacíficos, voltados à geração de energia.
Na última , a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) notificou o Irã por falta de cooperação, o que elevou a tensão. Em resposta, o Irã anunciou a construção de uma nova instalação de enriquecimento de urânio.
Desde então, os dois países vêm trocando ameaças. Israel declara que vive um “momento decisivo” e promete revidar com força total. O Irã classifica os ataques como uma “declaração de guerra” e promete retaliação severa, inclusive contra aliados como os Estados Unidos.
Brasil em meio ao conflito
Apesar da gravidade, especialistas indicam que o Brasil não corre riscos diretos. Segundo Claudio Schön, pesquisador da USP, mesmo em caso de explosão nuclear no Oriente Médio, os efeitos não chegariam ao Hemisfério Sul devido às correntes atmosféricas equatoriais.
Para afetar o Brasil, a detonação teria que ocorrer em solo nacional ou em regiões próximas, como o oeste da África. No entanto, nenhuma nação africana atualmente detém arsenal nuclear significativo.
O Ministério das Relações Exteriores condenou os ataques israelenses em nota oficial na e alertou para os riscos de uma escalada do conflito. Em , o Itamaraty reforçou o acompanhamento de brasileiros em Israel e recomendou que sigam orientações locais de segurança.
Alerta da Embaixada
Brasileiros foram orientados a permanecer próximos a abrigos e a respeitar alertas de segurança emitidos pelo governo israelense. Além disso, missões de repatriação têm sido organizadas com o apoio da embaixada em Tel Aviv.
Qual o risco real de uma guerra nuclear?
Não há confirmação oficial sobre a posse de armas nucleares pelo Irã. No entanto, estima-se que o país possua cerca de 9.247 kg de urânio enriquecido — o suficiente para fabricar diversas bombas atômicas.
Israel, por outro lado, nunca se submeteu a inspeções da AIEA e é considerado um Estado nuclear não declarado. Relatórios sugerem que o país mantém cerca de 90 ogivas ativas, com capacidade de lançamento por terra, mar e ar.
Ambas as nações possuem tecnologia suficiente para transformar o conflito em uma guerra de escala devastadora. Por isso, as negociações diplomáticas seguem como caminho prioritário para evitar o pior cenário.