Jota Júnior, ex-narrador do Grupo Globo por mais de 23 anos, anunciou sua aposentadoria por meio de suas redes sociais. Ele fez isso na noite da última quinta-feira, 7 de agosto.
Em seu Facebook, o jornalista, de 76 anos, disse que já fazem 30 meses desde sua última narração. Ele reforçou que é importante saber a hora de parar.
Além disso, Jota Júnior também revelou que há menos convites para trabalhar. Isso se dá por conta do etarismo e da renovação de funcionários no meio do jornalismo esportivo. Ele também reconheceu que já não tem a mesma saúde para narrar em alto nível.
O locutor, ainda, citou Galvão Bueno e disse que não tem assistido as transmissões do ex-colega de trabalho. No entanto, ele recebeu comentários sobre as falhas cometidas pelo narrador durante as transmissões nas plataformas de streaming.
Jota Júnior confessou que não está mais apto para narrar, já que a dinâmica em uma transmissão exige muito da cabeça. Ele explicou que não funciona com script, sendo a atenção e improviso essenciais para a realização das narrações.
“Não é só abrir o microfone e falar. Temos que ter responsabilidade e respeito a quem nos defere com sua audiência. Passou. Foi bom enquanto a mente e o físico correspondiam.” Disse o ex-narrador em sua publicação no Facebook.
O jornalista começou sua carreira no interior de São Paulo, pela Rádio Clube de Americana em 1969. Ele passou por diversos lugares renomados, como a Rádio Gazeta e Rádio Bandeirantes.
Pela Band, Jota Júnior narrou quatro edições da Copa do Mundo, em 1986, 1990, 1994 e 1988. Posteriormente ele chegou na Globo em 1999, na qual permaneceu até 2023, quando foi desligado de suas funções.
VEJA O TEXTO PUBLICADO POR JOTA JÚNIOR NA ÍNTEGRA

“Quando me perguntam por que não volto a narrar, são 30 meses já, reitero que é muito importante saber a hora de parar. Primeiramente, os convites quase desaparecem por causa do etarismo. Além disso, há a filosofia correta de renovar o quadro de narradores. Depois vem a autoavaliação e o reconhecer que a garganta não é mais a mesma. Além disso, o fôlego, a rapidez no raciocínio, pique para as maratonas de viagens e tudo mais.
E aí vem a conclusão de que chegou a hora.
Não tenho assistido mas recebo comentários sobre as narrações de Galvão Bueno no streaming com críticas. Elas podem ser por antipatia de alguns ou mesmo por falhas cometidas na troca de nomes e etc.
A dinâmica numa transmissão é incrível. Exige muito da cabeça. Transmitir ao vivo não tem script. Puro e total improviso. Atenção extrema.
Confesso que hoje não estaria apto a desenvolver um trabalho com a quase perfeição que se exige.
Em resumo, passaria vergonha, comprometeria a jornada e burlaria a expectativa do telespectador.
Além do nosso ego que seria violentamente agredido.
Não é só abrir o microfone e falar. Temos que ter responsabilidade e respeito a quem nos defere com sua audiência.
Passou. Foi bom enquanto a mente e o físico correspondiam.”