
A canonização do primeiro santo católico da geração millennial, Carlo Acutis, acontecerá no dia 7 de setembro. O anúncio foi feito então pelo Papa Leão nesta sexta-feira, 13 de junho. A informação é de acordo com a agência de notícias Reuters.
Acutis, um jovem ítalo-britânico que morreu de leucemia em 2006, aos 15 anos, seria canonizado em 27 de abril. Contudo, o evento foi suspenso após a morte do Papa Francisco.
O Papa Leão anunciou a nova data durante uma reunião com cardeais para discutir causas de canonização, realizada nesta sexta-feira.
Beatificaram Carlo Acutis em 2020, depois que a Igreja reconheceu como primeiro milagre a cura de um menino no Brasil.
Acutis cresceu em uma família rica — assim sendo, o pai italiano era financista de um banco inglês e o avô dono de uma grande seguradora no norte da Itália. Desde cedo, escolheu o caminho da caridade. Com nove anos, Carlo já levava cobertores, bem como roupas e comida para pessoas em situação de rua, em Milão.
“Ele ajudava as crianças que tinham dificuldades nos estudos e que eram alvo de bullying. Também fazia apostolado com os velhos, com os doentes, com os deficientes, servia em cozinhas comunitárias e dedicava-se ao ensino do catecismo,” conforme a mãe Antonia Salzan, ao Fantástico, em abril deste ano.
Milagre no Brasil
A história da ligação com o Brasil começou anos antes, em 2011, quando o padre Marcelo Tenório viajou à Itália e assim conheceu Dona Antonia, mãe de Carlo.
“Eu fui na casa onde o Carlo morou. Ela artesanalmente, com a tesoura, cortou um pedaço da camisa do Carlo, uma camisa que ele tinha lá,” relata o padre Marcelo.
Assim que retornou, o padre passou a expor o pedaço de pano. Ele cuida da Capela de Nossa Senhora Aparecida, em Campo Grande, no Mato Grosso do Sul.
“Eu comecei a expor a relíquia todo dia 12 de outubro. Esse dia é o dia da morte do Carlo e é também o dia da Nossa Senhora Aparecida,” explica o padre.
Em 2013, numa celebração de 12 de outubro, um menino de três anos. Ele tinha um grave problema de saúde que provocava vômitos constantes. Veio acompanhado da família para pedir a cura. O toque na relíquia transformou a vida dele.
“Primeiro eu, aí ele tocou pra parar de vomitar,” responde a avó.
A família conta o que aconteceu em seguida. “Ele chegou em casa pedindo comida. E comeu um pratinho de caldinho de feijão com arroz. Todo faceiro. E não vomitou,” diz a avó. “Desde então, nunca mais”.
Matheus, hoje com quinze anos, tinha uma má formação no sistema digestivo: o pâncreas anular. Parte do tecido pancreático circundava todo o intestino dele, por fora, causando uma compressão. Tudo o que comia acabava voltando para o estômago, causando o vômito.
A única possibilidade para a cura era a cirurgia, que não era indicada para o menino. Por isso, a médica dele também ficou surpresa, na época.
Desde que o milagre foi reconhecido pelo Vaticano, fiéis de todo o Brasil passaram a visitar a capela em busca de graças e bênçãos.
A segunda cura atribuída a Carlo Acutis, necessária para a canonização, foi de uma jovem da Costa Rica. A jovem sofreu um traumatismo craniano grave em 2022.