
A Alphabet, empresa controladora do Google, fechou acordo para comprar a empresa de cibersegurança Wiz por US$ 32 bilhões. O acordo foi feito menos de um ano depois que as negociações iniciais fracassaram. Isso ocorreu porque a startup de computação em nuvem queria permanecer independente.
A Wiz se juntará ao negócio do Google Cloud assim que o acordo for concluído, informaram as empresas em comunicado nesta terça-feira, 18 de março. A aquisição, feita em dinheiro, está sujeita a aprovações regulatórias e deve ser finalizada no próximo ano, acrescentaram as partes.
O acordo, que seria o maior da Alphabet até o momento, ocorre depois que a Wiz recusou uma oferta de US$ 23 bilhões da dona do Google no ano passado. Foi após vários meses de discussões. Na época, a Wiz desistiu após concluir que poderia valer mais ao buscar uma oferta pública inicial (IPO). Preocupações com desafios regulatórios também influenciaram a decisão.
A compra da Wiz fornece novos produtos de segurança para oferecer aos clientes no negócio de computação em nuvem do Google. Enquanto isso, continua a trabalhar para alcançar a Microsoft e a Amazon, suas rivais maiores neste mercado competitivo e de rápido crescimento. A Wiz oferece ferramentas de cibersegurança específicas para nuvem que funcionam em todas as plataformas. Elas identificam e priorizam ameaças nos ambientes de nuvem frequentemente complexos das organizações.
Os produtos da Wiz continuarão funcionando nas principais plataformas de nuvem, incluindo serviços concorrentes da Amazon, Microsoft e Oracle, informaram as empresas.
Crescimento rápido
Fundada em 2020, a Wiz cresceu rapidamente, ajudada por um grupo de investidores que inclui Greenoaks, Sequoia Capital, Index Ventures, Insight Partners e Cyberstarts. A empresa foi avaliada em US$ 12 bilhões em uma rodada de financiamento em maio de 2024.
Assaf Rappaport, CEO da Wiz, descreveu a oferta anterior da Alphabet como “humilhante”. Mas na época disse que adorava a ideia de transformar a Wiz em um gigante independente de cibersegurança. Assim, poderia competir com empresas como CrowdStrike e Palo Alto Networks.
A startup e seus investidores também hesitaram com a oferta do Google no ano passado. Isso ocorreu em parte devido a preocupações com um processo prolongado de aprovação regulatória. Autoridades de concorrência nos EUA e na Europa examinavam o setor de tecnologia por sua influência econômica e poder de mercado.
Embora a administração do presidente dos EUA, Donald Trump, provavelmente ofereça um ambiente mais permissivo para acordos. A oferta da Alphabet pela Wiz ainda pode atrair o escrutínio dos reguladores antitruste.
O Google já vem enfrentando vários desafios nessa frente, incluindo o Departamento de Justiça acusando a empresa de abusar de sua posição dominante nas buscas online. Nesse caso, um juiz federal decidiu no ano passado que o Google mantinha um monopólio ilegal nas buscas. A empresa está enfrentando outro caso antitruste sobre suas ferramentas de publicidade digital.