Uma reunião tensa no gabinete do presidente Lula, na noite de terça-feira, 14 de maio, culminou na demissão do então ex-senador petista Jean Paul Prates da presidência da Petrobras. Um interlocutor de Lula descreveu a conversa, que teve então a presença dos ministros Rui Costa (Casa Civil) e Alexandre Silveira (Minas e Energia), como uma das mais difíceis deste governo.
Para Prates, a sensação foi de humilhação, conforme relatou a diferentes interlocutores durante a noite. O presidente Lula, constrangido com a situação, não explicou a Prates por que os ministros Costa e Silveira estavam presentes na reunião. A pressão pela demissão de Prates vinha desses ministros, que alegavam que ele não entregava os resultados necessários para a Petrobras.
Lula não comunicou a decisão de demitir Prates a outros ministros de seu círculo íntimo, como Fernando Haddad e Alexandre Padilha, que não tinham conhecimento da demissão até poucas horas antes. A decisão de comunicar Prates da demissão daquela maneira passou essencialmente pelo trio formado por Lula, Costa e Silveira, surpreendendo o presidente da Petrobras.
Na reunião, Lula foi direto ao informar a Prates sobre sua substituição, alegando divergências de visão sobre a importância da Petrobras para o Brasil. Prates discordou, ressaltando sua contribuição para o programa de governo de Lula durante a campanha de 2022. Ele defendeu sua postura em relação à empresa e questionou a decisão do presidente.
Segundo Lula, ele motivou a demissão de Prates pela crise na distribuição dos dividendos da Petrobras em março, que o presidente considerou uma afronta. A polêmica demissão gerou repercussão, lançando dúvidas sobre os rumos da estatal e o futuro de sua gestão.