Vigilantes do Peso encerrou suas atividades no Brasil no fim do ano passado — Foto: Getty Images

A WeightWatchers, conhecida no Brasil como Vigilantes do Peso, entrou com pedido de falência nos Estados Unidos, em meio a dívidas e à forte concorrência de remédios para emagrecer, como Ozempic e Mounjaro. Remédios para emagrecer estão mudando a dinâmica do mercado.

A empresa de mais de 60 anos, que ficou principalmente conhecida pelos programas de dieta, encerrou suas atividades no Brasil no fim do ano passado. Isso ocorreu depois de cinco décadas operando no país.

O atual processo judicial prevê que US$ 1,15 bilhão da dívida da empresa seja anulada enquanto ela discute novos termos para pagar seus credores.

Conforme a WeightWatchers, ela vai permanecer “totalmente operacional” durante o processo, “sem impacto para os membros”.

Remédios para emagrecer

Isso acontece após a ascensão meteórica da popularidade das injeções de medicamentos para perda de peso. A empresa classificou como um “cenário em rápida mudança no setor de controle de peso”. Remédios para emagrecer representam uma grande parte desse cenário.

“Por mais de 62 anos, a WeightWatchers tem capacitado milhões de membros a fazer escolhas saudáveis e bem informadas. Ela mantém-se resiliente conforme as tendências surgiam e desapareciam”, afirmou a CEO da companhia, Tara Comonte.

Os planos têm “o apoio esmagador de nossos credores”, ela acrescentou.

Em comunicado, a empresa disse que seu programa de perda de peso, sistema de “telessaúde” e workshops de perda de peso vão continuar.

A companhia prometeu que estava “aqui para ficar”, e afirmou que não estava saindo do mercado.

A empresa declarou que tinha uma “quantidade significativa de dívidas em seu balanço patrimonial”. Algumas destas dívidas datam de décadas atrás. O pedido de falência permitiria a reestruturação de seu balanço patrimonial.

Alguns clientes receberiam notificações judiciais como parte do processo, mas não precisariam tomar nenhuma providência, acrescentou a companhia.

‘Transição significativa’

A WeightWatchers começou como uma reunião semanal de um grupo de apoio à perda de peso com 400 participantes. Ela acabou ganhando milhões de membros ao redor do mundo.

Mas a demanda por seus programas caiu enquanto a popularidade de medicamentos para perda de peso, como Wegovy e Zepbound, aumentou. Isso ocorreu embora a marca venda remédios para emagrecer como parte de seus programas.

Em fevereiro, Comonte disse que a WeightWatchers poderia ajudar as pessoas que buscam uma perda de peso “sustentável” após a interrupção do uso dos medicamentos.

“Ao mesmo tempo, a WeightWatchers está em um período de transição significativa. Estamos navegando pelas mudanças do setor e reposicionamos nosso negócio para um crescimento de longo prazo”, afirmou ela, na ocasião.

A companhia registrou um prejuízo líquido de US$ 346 milhões no ano passado. Sua receita proveniente de assinaturas caiu 5,6% em comparação com o ano anterior.

Na terça-feira, 6 de maio, a empresa informou que a receita das assinaturas caiu 9,3% nos três primeiros meses de 2025. Por outro lado, seus negócios na área clínica, que incluem remédios para emagrecer, registraram um aumento de mais de 57% na receita.

O passivo total da marca, de US$ 1,88 bilhão, é maior do que o valor de seus ativos. A companhia disse que “espera que [o] plano de reestruturação seja confirmado em aproximadamente 40 dias, e que emerja como uma empresa de capital aberto”.

A WeightWatchers mudou seu nome para “WW” em 2018, à medida que passou a se concentrar na promoção da saúde além da perda de peso.

G1

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *