María Branyas, considerada a mulher mais velha do mundo, em seu aniversário de 117 anos — Foto: Reprodução/Instagram

Não é fácil ultrapassar a barreira dos 100 anos de idade. Quando isso acontece, todo mundo fica se perguntando: qual é o segredo para viver tanto tempo assim? No caso da espanhola María Branyas Morera, que faleceu aos 117 anos, a resposta surpreendeu até mesmo médicos e cientistas. O segredo para tanta longevidade estava nos microorganismos que moravam no seu intestino.

María morreu em agosto de 2024, ao 117 anos. Até poucos meses antes de falecer, ainda mantinha uma saúde invejável: era lúcida, não tinha pressão alta, nem diabetes ou problemas de visão. Ela sofria apenas de surdez e dores nas articulações.

Ela nasceu em 1907 nos Estados Unidos, mas com 8 anos de idade se mudou para a Espanha, onde morou até falecer. Na Catalunha, região onde morava, a expectativa de vida para mulheres é de 86 anos. Ela viveu 30 anos a mais que isso.

O caso, obviamente, intrigou os cientistas. Eles queriam entender como era era capaz de viver tanto tempo e, ainda por cima, com tanta saúde. Foi quando eles começaram um estudo para investigar qual era o “segredo da longevidade” de María.

A investigação foi liderada pelo médico geneticista Manel Esteller, referência no assunto. Junto com sua equipe, ele analisou o o DNA, as substâncias químicas e os microrganismos presentes no corpo de María. O objetivo era buscar pistas que explicassem como ela viveu tanto tempo.

“Embora os centenários estejam se tornando mais comuns na demografia das populações humanas, os chamados supercentenários (com mais de 110 anos) ainda são uma raridade”, dizem os autores do estudo.

O segredo da longevidade

Os especialistas se debruçaram sobre a rotina, os hábitos e o histórico médico da “super avó”. Foi assim que descobriram que as células de María eram quase duas décadas mais jovens que ela. “Ela tinha uma microbiota intestinal como a de uma criança”, disse Manel Esteller.

A microbiota é o conjunto de microorganismos que vivem em nosso intestino. Ela desempenha um papel essencial na digestão, no fortalecimento do sistema imunológico e até na regulação do humor. Uma microbiota saudável e equilibrada contribui para o bom funcionamento do corpo como um todo.

Segundo os autores do estudo, a dieta de María pode ter contribuído para isso. Ela seguia a dieta mediterrânea, que prioriza grãos, frutas, vegetais, legumes, especiarias e azeite. Segundo o especialista, isso pode ter contribuído para a composição única do microbioma descrita.

O DNA de María também era “privilegiado”, digamos assim. “Ela tinha genes que a protegiam de doenças cardiovasculares, neurodemência e doenças metabólicas “, completou. Os seus hemogramas também eram invejáveis tinha níveis muito altos de colesterol bom (HDL) e níveis muito baixos de colesterol ruim (LDL).

Crescer

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