A Procuradoria Geral da República (PGR) apresentou uma denúncia ao Supremo Tribunal Federal (STF) revelando novos desdobramentos sobre o assassinato da vereadora Marielle Franco, do PSOL, ocorrido em março de 2018. A denúncia aponta que os irmãos Domingos e Chiquinho Brazão encomendaram a morte de Marielle como retaliação ao então deputado estadual Marcelo Freixo, figura proeminente do partido na época.
A investigação da PGR aponta que um atentado contra Marcelo Freixo teria grande repercussão, uma vez que ele era uma das principais lideranças do PSOL. O motivo seria uma série de atritos políticos entre Freixo e os irmãos Brazão, incluindo a investigação da CPI das Milícias em 2008, que mencionou os Brazão como beneficiários de um “curral eleitoral” em um bairro dominado por milicianos. Além disso, a atuação do PSOL para atrapalhar a ida de Brazão para o TCU em 2015 teria agravado a situação.
A denúncia afirma que a decisão de matar Marielle foi para dissuadir outros membros do PSOL de enfrentar as milícias e para proteger os interesses econômicos da família Brazão, especializada em grilagem de terras na Zona Oeste do Rio de Janeiro. Marielle havia apresentado um projeto de lei que contrariava esses interesses e estava começando a tratar de assuntos relacionados à regulação de terras.
Os envolvidos no crime, incluindo o ex-PM Ronnie Lessa e o policial Edimilson Oliveira da Silva, conhecido como Macalé, receberiam pagamento através do loteamento de espaços vazios na região do Tanque, na Zona Oeste do Rio, para formar uma nova área de milícia. Com isso, Macalé e Ronnie Lessa ganhariam o direito de explorar um conjunto habitacional no local.