Luiz Inácio Lula da Silva, o presidente Lula, convocou uma reunião de emergência no Palácio do Planalto na última quinta-feira, 23 de novembro, com a presença de três ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), buscando amenizar a tensão gerada pela aprovação da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) que limita as decisões monocráticas dos ministros.
Na reunião, que se estendeu das 19h às 23h, participaram os ministros do STF Gilmar Mendes, Alexandre de Moraes e Cristiano Zanin. Além deles, os ministros da Justiça, Flávio Dino, e da Advocacia-Geral da União (AGU), Jorge Messias, também estiveram presentes. Messias e Dino são cotados para assumir uma vaga no tribunal, sucedendo a ministra Rosa Weber, que se aposentou em setembro.
Durante o encontro, o presidente Lula foi informado sobre a aprovação surpreendente da PEC em dois turnos no Senado. A aprovação contou com votos de membros da base governista, como o líder do governo Jaques Wagner (PT-BA) e os senadores Otto Alencar (PSD-BA) e Angelo Coronel (PSD-BA).
Os ministros do STF expressaram queixas sobre a articulação do governo no Congresso, e ressaltaram a importância da lealdade e gratidão, apontando para o papel da Suprema Corte na resistência aos ataques do bolsonarismo e na defesa da democracia.
Sobre a possível atuação de Lula na Câmara dos Deputados, onde a PEC será analisada, os participantes da reunião não confirmaram, mas sugeriram que “as coisas estão encaminhadas”. No entanto, ressaltaram a expectativa de desafios, afirmando que a aprovação da proposta na Câmara não será fácil, especialmente considerando a liderança do presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL). Alguns ministros esperavam que Lira, beneficiado por decisões monocráticas recentes, pudesse frear o projeto, mas informações indicam que ele não pretende arriscar seu capital político para proteger o Supremo.
