O primeiro Papa da Igreja Católica foi um dos 12 apóstolos de Jesus Cristo, segundo a Bíblia. Simão Pedro – o São Pedro – assumiu o posto após a morte de Jesus, por volta do ano 33. Não à toa, esses líderes políticos e religiosos são conhecidos como sucessores de Pedro. Eleito na última quinta-feira, 8 de maio de 2025, o atual sucessor ao papado é o americano Robert Provost, ou Leão XIV.
A figura de São Pedro como o primeiro papa da Igreja Católica não é apenas uma questão de tradição, mas tem raízes nas Escrituras, nos escritos dos Padres da Igreja e no desenvolvimento histórico da liderança cristã.
Pedro foi reconhecido como aquele sobre quem Cristo edificaria sua Igreja. “Tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja”, diz a Bíblia em Mateus 16:18. Ele é o apóstolo mais mencionado no Novo Testamento, com 171 menções, em contraste com João, o segundo mais citado, com 46. Para estudiosos e doutores da Igreja, esse destaque é um indicativo claro de sua liderança.
A negação de Pedro
Mesmo após sua negação de Cristo, Jesus restaurou Pedro. Ele confiou o pastoreio de suas ovelhas ao apóstolo e lhe entregou as “chaves do Reino dos Céus”. O episódio conhecido como negação de Pedro remete às três vezes em que Pedro negou conhecer Jesus quando Este estava sendo preso e julgado. A imagem das chaves está associada ao poder de ligar e desligar na Terra e no Céu e interpretada como um símbolo do poder pastoral e doutrinário que a Igreja Católica reconhece até hoje no Papa.
A necessidade de uma liderança visível também se destaca em documentos da própria Igreja, como o Código de Direito Canônico, que define o Bispo de Roma como sucessor de Pedro e cabeça da Igreja universal. Essa autoridade é vista como essencial para manter a unidade e a integridade da fé cristã.
O primeiro sucessor: São Lino
Por volta do ano 67, a perseguição do imperador Nero levou à crucificação de São Pedro. Após esse martírio em Roma, a liderança da comunidade cristã passou a São Lino. Natural da Toscana, na Itália, Lino estudou em Volterra antes de se transferir para Roma, onde conheceu Pedro e se converteu ao cristianismo. O início de seu pontificado coincidiu com um período conturbado do Império Romano, após o caos deixado pela morte de Nero.
Durante seu tempo como bispo de Roma, Lino organizou a estrutura da Igreja: ordenou bispos e sacerdotes, e instituiu normas disciplinares, como a exigência de que mulheres cobrissem a cabeça ao participar da Eucaristia. Embora venerado como mártir, não há certeza histórica sobre as circunstâncias de sua morte. De acordo com a tradição, o sepultaram na colina Vaticana, próximo ao túmulo de Pedro.
A sucessão apostólica, iniciada por Pedro e continuada por Lino, mantém-se até hoje no bispo de Roma. Conforme o Catecismo, a função da autoridade papal é “vigiar a fidelidade à fé e à unidade da Igreja”.
Atualmente, a Igreja Católica contabiliza 267 papas, uma linha ininterrupta que atravessa quase dois milênios de história.
