
O arcebispo da Arquidiocese de São Salvador da Bahia e primaz do Brasil, Dom Sérgio da Rocha, é um dos sete cardeais brasileiros aptos a votarem no conclave, que começa a partir desta quarta-feira, 7 de maio, e um dos favoritos para o cargo de papa. Como cardeal brasileiro destacado, seu nome aparece em uma lista divulgada pelo jornal francês Libération ao lado de outros 14 possíveis “papáveis”.
Dom Sérgio, de 65 anos, nasceu em Dobrada, São Paulo, o ordenaram sacerdote em dezembro de 1984, aos 25 anos, e tornou-se cardeal em 2016. Entre os cardeais brasileiros, ele se destaca.
O religioso se formou em teologia pela faculdade paulista Nossa Senhora da Assunção e depois concluiu seus estudos, em Roma, na Itália, onde fez doutorado em Teologia Moral pela Academia Santo Afonso.
Trajetória de Dom Sérgio
O início da carreira de Dom Sérgio na Igreja começou em 2001, quando o nomearam como Bispo Auxiliar de Fortaleza. Posteriormente, ele subiu de cargo até se tornar Arcebispo Metropolitano de Brasília pelo Papa Bento XVI, em 2011.
Em novembro de 2016, o Papa Francisco tornou-lhe cardeal brasileiro, lhe atribuindo, inicialmente, a igreja titular de Santa Croce, na Via Flaminia, e depois, em 2020, o nomeou para seu cargo atual: Arcebispo de São Salvador da Bahia.
De acordo com o site oficial do Colégio de Cardeais (Cardinalium Collegii), o religioso é discreto, mas tem fama de ser “um pastor justo e fácil de lidar”. Em uma entrevista recente, durante uma coletiva de imprensa sobre a morte de Francisco, Dom Sérgio se desviou sobre a possibilidade de se tornar papa.
“Nesse momento, não temos muito a dizer sobre o conclave, temos que falar sobre o papa Francisco. O conclave está nas mãos de Deus. Certamente, o Espírito Santo irá conduzir os cardeais eleitores que nos ajudarão a tomar a decisão que for a que Deus quer para a Igreja”, disse. Sendo fé uma característica marcante do cardeal brasileiro.
Alvo de críticas
Em 2021, Dom Sérgio recebeu duras críticas por ter celebrado uma missa “em memória das vítimas de transfobia”. Em sua homilia, ele condenou a violência contra a população LGBT, listou os lugares mais violentos e pediu por uma “cultura de fraternidade e paz”.
Comunidades católicas LGBT apoiaram a fala, no entanto, os mais conservadores viram a atitude como um ato político contra a doutrina da Igreja.
Conclave começa nesta quarta-feira
A fumaça com a primeira votação do conclave surgirá na quarta-feira, 7, por volta das 14h, horário do Brasil, segundo estimativa do Vaticano. Caso não haja escolha na primeira votação, a cor da fumaça será preta. Se escolherem o novo pontífice, a cor será branca. A expectativa é alta para a escolha de um cardeal brasileiro.
A partir do dia seguinte, conforme o Vaticano, ocorrerão quatro votações, mas só liberarão a fumaça em dois horários. Entenda:
Ocorrerão duas votações pela manhã, que devem finalizar às 10h30 e às 12h, no horário local — 5h30 e 7h, em Brasília;
Ocorrerão duas votações à tarde, que devem terminar por volta das 17h30 e às 19h, no horário local — 12h30 e 14h em Brasília;
Todos os dias, às 12h bem como às 19h no horário local (7h e 14h em Brasília), a fumaça será liberada pela chaminé da Capela Sistina. As cédulas das votações da manhã são queimadas juntas, assim como ocorre com as duas da tarde;
As fumaças das 10h30 e das 17h30 só serão liberadas se forem brancas.